O racismo está presente nas relações dos grupos sociais brasileiros, porém este racismo não acontece somente nas relações interpessoais, ele está permeado, ainda que subjetivamente, nas instituições sociais e, na maioria dos casos, se apresenta nos processos de seleção à empregos e cargos públicos. O objetivo delineado neste trabalho foi: identificar as impressões que os(as) diplomatas afro-brasileiros(as) e brancos(as), formados no Instituto Rio Branco, têm sobre o acesso à carreira diplomática brasileira, sobre as políticas de ação afirmativa e suas vivências acerca do racismo no Brasil. Numa perspectiva sócio-histórica, foram levantados os enfrentamentos pelos quais os diplomatas tanto afro-brasileiros como brancos tem vivido em suas trajetórias. Trata-se de uma pesquisa básica, fenomenológica, de análise qualitativa, na qual foram utilizados como procedimentos metodológicos, a análise bibliográfica, a documental, entrevista semiestruturada e elementos da Análise Crítica do Discurso. Como suportes teóricos destacamos, Hasenbalg (1979), Siss (2003, 2005 e 2011), Munanga (2003, 2008), Moore (2012), Better (2008) López (2012), Gomes (2005), Schucman (2012) que, dentre outros, contribuíram para amparar e evidenciar o campo na efetivação da análise crítica apresentada de forma dialética. A análise empírica é apresentada através das impressões que os sujeitos da pesquisa estabelecem por meio do diálogo entre a trajetória acadêmica e profissional destes(as) entrevistados(as), os processos seletivos ao cargo de diplomata, suas impressões sobre a carreira diplomática, o racismo institucional e a implementação de políticas de ação afirmativa à luz do referencial teórico desta pesquisa. Esta análise apresenta-se de forma a realizar apreciação descritiva e interpretações de caráter subjetivo, essencialmente pela interação entre a pesquisadora, seu campo de pesquisa e seus pressupostos teórico-metodológicos. O campo da pesquisa deste trabalho foi o Instituto Rio Branco, com egressos(as) entrevistados(as) que já terminaram o curso de formação no referido Instituto. Os sujeitos da pesquisa, protegidos pelo anonimato, estão identificados por número. Foram entrevistados(as) 8 diplomatas: Entrevistados 1 e 8, ambos brancos; Entrevistado 2, mestiço; Entrevistado3, preto; Entrevistado 4, pardo; Entrevistadas 5 e 6, negras e Entrevistada 7, branca. A análise está elucidada nas impressões dos diplomatas sobre a carreira, de suas concepções sobre o racismo institucional e nas experiências que os diplomatas afro-brasileiros tem ao ingressarem na diplomacia. O Brasil, como uma Nação impregnada de sequelas do regime escravocrata, o acesso aos cargos considerados de alto prestígio social tem sido dificultado aos afro-brasileiros, o acesso à carreira diplomática não foi diferente.