Autor: Ahyas Siss

Associate Professor III UFRRJ - Federal Rural University of Rio de Janeiro. Is Post-PhD in Social Anthropology from the Museu Nacional / UFRJ. Graduated (BA and degree) in Social Sciences from the State University of Rio de Janeiro, a Masters in Sociology by the University Research Institute of Rio de Janeiro - IUPERJ - and doctorate in Education from the Federal Fluminense University (2001). He was Deputy Director of the Multidisciplinary Institute - Campus UFRRJ in Nova Iguaçu (11 / 2006-05 / 2009). It has experience in the areas of social anthropology, sociology and education working primarily in the following areas: anthropology of Afro-Brazilian populations, affirmative action and higher education, education of ethnic-racial relations, teacher training and Law 10639/2003. It was the GT Coordinator 21 Education and Ethnic-Racial Relations ANPEd the periods 2006-2007 and 2008-2009. Member of the Scientific Committee of the National Association (2010/2012). It is leader GPESURER - Research Group Higher Education and Ethnic-Racial Relations, a member of LEAFRO - (NEAB) of UFRRJ and Coordinator of OPAAS - Observatory of Affirmative Action Policies on Brazilian Southeast, with publications in the field of Racial-Ethnic Relations and Brazilian Education. He is a professor / researcher permanent member of the Postgraduate Program in Education, Contemporary Contexts and Popular Demands (PPGEduc) Master and Doctorate of the Federal Rural University of Rio de Janeiro, UFRRJ, Research line III - Education and Diversities Ethnic-Racial and professor / researcher collaborator of the Program of Post-Graduation in Education of the Catholic - Master and Doctorate - University Dom Bosco. Managing Editor of the Electronic Review Repecult - Revista Ensaios e Pesquisas em Educação e Cultura (ISSN 2526-2742). https://orcid.org/0000-0001-6465-5952

O poder da branquitude e racismo institucional: percepções sobre o acesso à diplomacia brasileira

O Instituto Rio Branco (IRBr), única instituição oficial de formação de diplomatas do Ministério da Relações Exteriores (MRE) brasileiro, tem registrado uma sub-representação de afro- -brasileiros e de afro-brasileiras na sua carreira diplomática. Nesse sentido, Oliveira (2011) postula em seus estudos que, até 2010, apenas 0,07% dos diplomatas do IRBr eram afro-brasileiro(a)s, dado este que comprova essa sub-representação de membros desse grupo étnico-racial naquela carreira. Nesse contexto, este artigo, como parte de uma pesquisa mais ampla, buscou investigar os critérios de seleção ao cargo de diplomata, se tais critérios estão permeados pelos racismos pessoal e institucional mediados pela atualização da agenda eugênica no Brasil, bem como as impressões que os diplomatas tanto afro-brasileiros e brancos que ingressam no IRBr possuem sobre a carreira. Numa perspectiva sócio-histórica, foram levantados os enfrentamentos pelos quais os diplomatas tanto afro-brasileiros como brancos têm vivido em suas trajetórias. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica, de análise qualitativa, na qual foram utilizados, como procedimentos metodológicos, a análise bibliográfica, a documental, entrevista semiestruturada, questionário aberto e a Análise Crítica do Discurso (ACD). A análise está elucidada nas impressões dos diplomatas sobre a carreira, de suas concepções sobre o racismo institucional e nas experiências que os diplomatas afro-brasileiros têm ao ingressarem na diplomacia.

FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: O INDÍGENA E O NEGRO NO BRASIL

O artigo apresenta reflexões acerca da importância da instrumentalização de uma consciência crítica libertadora, que leve o docente e o educando a um processo reflexivo-crítico. Neste caminho, Paulo Freire (1987), Walsh (2002), Oliveira (2010), Guedin (2012), Guimarães (2012) e Petit (2015) deram o suporte teórico que embasaram o diálogo construído no campo epistemológico com algumas experiências que foram colocadas em destaque. O trabalho reflete e analisa a importância da aplicação das leis que complementaram o artigo 26-A da LDBEN, 10.639/03 e 11.645/08, na formação de educadores brasileiros, embasadas numa interculturalidade crítica e decolonial, valorizando o conhecimento tradicional nas práticas de formação de professores na educação brasileira.

RACISMO INSTITUCIONAL E POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA: diálogos sobre o acesso ao cargo de diplomata no Brasil

O racismo está presente nas relações dos grupos sociais brasileiros, porém este racismo não acontece somente nas relações interpessoais, ele está permeado, ainda que subjetivamente, nas instituições sociais e, na maioria dos casos, se apresenta nos processos de seleção à empregos e cargos públicos. O objetivo delineado neste trabalho foi: identificar as impressões que os(as) diplomatas afro-brasileiros(as) e brancos(as), formados no Instituto Rio Branco, têm sobre o acesso à carreira diplomática brasileira, sobre as políticas de ação afirmativa e suas vivências acerca do racismo no Brasil. Numa perspectiva sócio-histórica, foram levantados os enfrentamentos pelos quais os diplomatas tanto afro-brasileiros como brancos tem vivido em suas trajetórias. Trata-se de uma pesquisa básica, fenomenológica, de análise qualitativa, na qual foram utilizados como procedimentos metodológicos, a análise bibliográfica, a documental, entrevista semiestruturada e elementos da Análise Crítica do Discurso. Como suportes teóricos destacamos, Hasenbalg (1979), Siss (2003, 2005 e 2011), Munanga (2003, 2008), Moore (2012), Better (2008) López (2012), Gomes (2005), Schucman (2012) que, dentre outros, contribuíram para amparar e evidenciar o campo na efetivação da análise crítica apresentada de forma dialética. A análise empírica é apresentada através das impressões que os sujeitos da pesquisa estabelecem por meio do diálogo entre a trajetória acadêmica e profissional destes(as) entrevistados(as), os processos seletivos ao cargo de diplomata, suas impressões sobre a carreira diplomática, o racismo institucional e a implementação de políticas de ação afirmativa à luz do referencial teórico desta pesquisa. Esta análise apresenta-se de forma a realizar apreciação descritiva e interpretações de caráter subjetivo, essencialmente pela interação entre a pesquisadora, seu campo de pesquisa e seus pressupostos teórico-metodológicos. O campo da pesquisa deste trabalho foi o Instituto Rio Branco, com egressos(as) entrevistados(as) que já terminaram o curso de formação no referido Instituto. Os sujeitos da pesquisa, protegidos pelo anonimato, estão identificados por número. Foram entrevistados(as) 8 diplomatas: Entrevistados 1 e 8, ambos brancos; Entrevistado 2, mestiço; Entrevistado3, preto; Entrevistado 4, pardo; Entrevistadas 5 e 6, negras e Entrevistada 7, branca. A análise está elucidada nas impressões dos diplomatas sobre a carreira, de suas concepções sobre o racismo institucional e nas experiências que os diplomatas afro-brasileiros tem ao ingressarem na diplomacia. O Brasil, como uma Nação impregnada de sequelas do regime escravocrata, o acesso aos cargos considerados de alto prestígio social tem sido dificultado aos afro-brasileiros, o acesso à carreira diplomática não foi diferente.

RACISMO INSTITUCIONAL E AFRO-BRASILEIROS: O CASO DO INSTITUTO RIO BRANCO

O racismo está presente nas relações dos grupos sociais brasileiros, porém este racismo não acontece somente nas relações interpessoais, ele está permeado, ainda que subjetivamente nas instituições sociais e, na maioria dos casos, se apresenta nos processos de seleção à empregos e cargos públicos. O Brasil, como uma Nação impregnada de sequelas do regime escravocrata, o acesso aos cargos considerados de alto prestígio social tem sido dificultado aos afro-brasileiros, o acesso à carreira diplomática não demonstra ser diferente. São apresentados o momento histórico e ideológico no qual o IRBr foi criado analisando os requisitos necessários e os processos seletivos de acesso ao cargo de diplomata. A análise empírica é apresentada através das impressões que os sujeitos da pesquisa estabelecem por meio do diálogo entre a trajetória acadêmica e profissional destes(as) entrevistados(as), os processos seletivos ao cargo de diplomata, suas impressões sobre a carreira diplomática, o racismo institucional e a implementação de políticas de ação afirmativa à luz do referencial teórico desta pesquisa e também com o apoio da Análise Crítica do Discurso. O objetivo foi analisar se o processo de seleção ao cargo de diplomata do IRBr está permeado pelo Racismo Institucional ante afro-brasileiros. Numa perspectiva sócio-histórica, foram levantados os enfrentamentos pelos quais os diplomatas tanto afro-brasileiros como brancos tem vivido em suas trajetórias. Trata-se de uma pesquisa básica, fenomenológica, de análise qualitativa, na qual foram utilizados como procedimentos metodológicos, a análise bibliográfica, a documental, entrevista semiestruturada, questionário aberto e a Análise Crítica do Discurso (ACD). A análise está elucidada nas impressões dos diplomatas sobre a carreira, de suas concepções sobre o racismo institucional e nas experiências que os diplomatas afro-brasileiros tem ao ingressarem na diplomacia.